MVP| Simples: Arya Silverkin

Há quase um mês, eu deixei o meu pequeno apartamento em Orlando em que eu morava com a minha irmã e desde então, rumei incansavelmente para o norte, sendo guiada por aquela voz em minha cabeça. Uma adolescente de treze anos cruzando a America do Norte, sem dinheiro, sem malas, a pé. Eu ainda não compreendia como sobreviverá tanto tempo, mas finalmente eu encontrará aquela fortaleza. Eles haviam me ajudado e me dado roupas novas, mas claro, tinha que haver algum teste: eu era a novata ali e tinha que construir minha reputação. Ajeitei ligeiramente as tiras de couro do peitoral e pousei minha surrada mochila da Jansport no chão. Haviam me dado uma espada de uns sessenta centímetros, um escudo e a armadura. Eu já conseguira chegar ali sem tropeçar em meu próprio equipamento, o que era uma grande vitoria.

Arya - Estou aqui, acabemos logo com isso!

Minha voz estava rouca e meio selvagem, talvez pelo desuso. Suspirei e encarei uma grade que se abria do outro lado da arena. Quase caí na gargalhada. Eu olhei para o goblin, o goblin me encarou. Deveria ser quase do meu tamanho, mas mesmo assim era engraçado.

Arya - Serio?

Apertei a espada e esperei o goblin fazer o primeiro movimento. Uma pequena estrategia se formava em minha cabeça. A julgar pelos chifres, o cranio deveria ser duro, mas a criatura era magra e os ossos de seu peito que apareciam em baixo da roupa não pareciam ser muito fortes. Decidi focalizar meu ataque ali: no tronco e na coluna. Caso ele avançasse, o empurraria com o escudo e usaria a parte chata da espada para golpeá-lo na barriga. Com um pouco de sorte, poderia tentar repetir o movimento e corta-lo.

Arya - Então... Acho que aqui começa a festa??

Droga!

VUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUSH!

Se não fosse o fato de eu ter tropeçado acidentalmente em meu equipamento, a partir daquele momento, eu seria sashimi de Arya no espeto. Era torturante ouvir a lamina desenfreada e afiada cortar o ar toda a vez que eu desviava por pouco da faca. Eu não podia continuar naquele ritmo. Alguma hora eu me cansaria, ou o goblin teria seu golpe de sorte. De qualquer maneira, ambas as opções pareciam bem ruins. Meu cérebro estava a mil e naquele momento eu sentia falta da vozinha em minha cabeça, me sugerindo estrategias.
Momento "Ah que se dane!" em situações de vida ou morte
Mirei um pontapé bem dado no espaço entre as pernas do goblin. Golpe baixo? Sim, e coturnos doem. Usei o escudo para tentar acerta-lo no pescoço, mais um suposto ponto sensível e preparei a espada para um golpe futuro.

Arya - Heheh!

"Heheh" nada. Ao perceber que talvez ele logo se recuperaria, preparei a espada e comecei a fugir, sempre olhando para o adversário.

Arya - Hasta la vista!

Por algum motivo, a cabeça sofrera danos. O cranio, apesar dos chifres, era uma região vulnerável apesar das chifres. Dei um sorrisinho zombeteiro. Depois de eu descobrir aquilo, era obvio que eu não o deixaria em paz.
Então a dor varreu meu braço, espantando momentaneamente os pensamentos racionais de minha mente. Eu não recebia um golpe tão doloroso desde...
Estranho, esqueci.
Tão repentinamente como viera, a dor se foi. Fora apenas o choque, nada mais. Eu perderá segundos preciosos da confusão do goblin. Comecei a correr em direção a criatura verde, escudos a postos, pronta para deferir um golpe na cabeça dele. Eu entendi como funcionava: evite os chifres, golpeie nos lados e atrás. Quando eu ouvi o sono PLEIN! de metal batendo em osso, lhe dei uma canelada e pisei com força nos pés com garras do goblin.

Fiquei ofegando e observando o goblin cair. Olhei de leve para o machucado. Talvez com um milhão de band-aids, eu conseguiria cobrir. Os três homens que me assistiam se levantaram e começaram a discutir a meu respeito.

Mercenário -Seria muito bem aceita na guilda dos mercenários minha jovem!

Bem, talvez, mas...

Sacerdote-Nunca tivemos sacerdotes fortes como oráculos, facilmente morriam e me eram problema na guilda, onde sempre iam buscar novos sacerdotes para um posto de Morte

Engoli em seco. Oráculos?

Cara Barbudo --SILENCIO! Essa escolha é totalmente dela e não tem por que discutirem algo que não está sob a direção de vocês!

Quase abri um sorriso, mas logo me desapontei. Me decidir entre mercenários e sacerdotes seria difícil.

Cara Barbudo -Então... qual dos 3 minha jovem?

Baixei o olhar e encarei meus coturnos antes de levantar a cabeça. Eu tinha uma última pergunta:

Arya - Oráculos, tipo... Pessoas que vêem o futuro?

Sacerdote - Seria, minha jovem.

Encarei com determinação a mesa dos homens.

Arya - Eu me juntarei a guilda dos sacerdotes.